segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Hellp Sindrome

Como já escrevi aqui o Leo nasceu aos 7 meses num parto de urgência com anestesia geral e cesariana (planos que não estão certamente em nenhuma grávida). Já faz muito tempo que tenho este post em rascunho mas faltava-me a coragem para terminá-lo, pois ainda me é difícil relembrar o que se passou.
No entanto, é algum que acontece não com muita frequência, mas acontece, e acho que se eu tivesse alguma vez lido sobre o assunto talvez as coisas não tivesse corrido de forma tão desesperada. O HELLP Síndrome é uma complicação obstétrica com risco de morte tanto para a grávida como para o bebé que está para nascer. Estima-se que o problema atinja de 0.2% a 0.6% das grávidas (e tinha que me calhar a mim :S).
Mas mesmo sendo tão raro vou deixar aqui o meu testemunho na esperança de que possa servir de informação e apoio a grávidas que possam vir a ter este problema.

A minha gravidez foi planeada, fizemos (eu e o pai) exames para ver se tudo estava bem connosco antes de engravidarmos, toda a gravidez foi seguida por uma obstetra, nunca falhei nenhuma consulta de acompanhamento e tudo corria lindamente, O Leo desenvolvia-se bem e a mamã também estava bem (pensava eu).
Trabalhei até 5 dias antes do o Leo nascer, ia trabalhar de bicicleta e sentia-me bem, mas fiz um erro que acredito que aconteça com muitas grávidas, os pequenos sinais que o meu corpo me dava de que algo não estava bem, eu ignorei...
- Retenção de águas, mãos, pés e pernas inchados: é normal, pensava eu, estou grávida e é Verão, está muito calor (e a obstetra era da mesma opinião);
- Cansaço e dores no corpo quando me levantava de manhã: é normal, pensava eu, estou grávida, são as alterações normais do corpo;
E a isto juntou-se uma mudança de casa aos 6 meses de gravidez, na qual, quando olho para traz, talvez tenha abusado um pouco da minha capacidade, nunca fui de deixar coisas por fazer, de olhar para outros a trabalhar sem ajudar, então eu ia ajudando...
...e esquecia-me eu que estar grávida não é estar doente, mas que estar grávida é sim uma alteração grande no nosso corpo, mas uma alteração em equilíbrio e que mesmo os pequenos desconfortos devem ser levados em conta;

5 dias antes do Leo nascer acordei com uma dor de cabeça bastante forte, não era para ir trabalhar, mas a mãe das 2 crianças que eu tratava ligou-me a pedir para eu ir só 3 horas e eu achei que até seria bom para aliviar... mas estava enganada, nessa mesma noite as dores pioraram e tive que ir para o hospital onde fui internada de imediato. Com a tensão arterial altíssima - 190/140 mmHg. A qual esteve normal até este dia.
O que estava a acontecer comigo nem no hospital sabiam, então fiquei ali 4 dias à espera... sem medicação, simplesmente à espera de ver o que aconteceria.
E o que realmente se estava a passar era muito grave:  A denominação da Hellp Síndrome descreve o que se desencadeava no meu corpo: “H” para hemólise (quebra das hemácias), “EL” para elevação de enzimas hepáticas e “LP” para baixa contagem de plaquetas.
No dia 17 de Setembro senti uma dor muito forte na parte superior da barriga (sintoma característico do síndrome) fizeram-me exames e desconfiaram que seria Hellp síndrome, fui imediatamente transferida de hospital, para um especializado em bebés prematuros.
E depois de alguns exames e de detectarem que o coração do Leo estava alterado, a sofrer com a avalanche dos problemas metabólicos do meu corpo, foi tudo accionado para ele nascer.
O facto de a doença ser rara não existem ainda muitos conhecimentos dos "porquê" e "como" ela se inicia; mas sabe-se que a única coisa que a pode parar e evitar a mortalidade, é a execução do parto. E assim foi, o Leo nasceu...
Fiquei mais 4 dias em cuidados intensivos, 4 longos dias sem ver o Leo como já contei aqui.
Apesar de todos os problemas com que fiquei, problemas renais e pulmonares, dos tratamentos, agulhas e análises sanguíneas sem fim, apesar do tratamento pulmonar que durava 45 minutos com uma mascara presa na cara e que tinha que repetir 6 vezes ao dia nada me custava mais do que não ter visto o meu filho...

Mas estou a escrever isto não é para me lamentar, pois no final tudo correu bem, o Leo desenvolveu muito bem sem problemas e eu também - Sequelas ficaram algumas: um problema renal mas que não é grave, um medo enorme de ter um segundo filho (as hipóteses de voltar a acontecer são muito elevadas, embora os médicos digam que agora é mais fácil pois já sabemos que pode acontecer) e uma magoa de nada ter corrido como uma grávida sempre deseja. Mas elas são tão mínimas quando comparadas com a alegria de viver que tenho desde o dia que peguei o meu filho nos braços.

Aqui vos deixo a minha história e vos dou a conhecer este síndrome, raro mas que afinal não acontece só aos outros. E vista a pouca informação que há do assunto espero que o meu testemunho sem  demasiados termos técnicos possa informar e ajudar alguém.

Os sintomas da doença não são percebidos facilmente e podem ocorrer em qualquer altura da gravidez (eu tive sorte que o Leo já estava capaz de nascer sem problemas, mas infelizmente nem sempre acontece assim) – o que exige o dobro de atenção ao corpo. Todo se inicia silenciosamente com inchaço, aumento da pressão sanguínea e perda de proteína   na urina, esteja atenta à sua gravidez e não menospreze o que sente.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Carta aos meus "amigos virtuais"

Olá queridos "amigos virtuais",

desde os primeiros tempos deste meu cantinho que sempre quis manter um contacto com as pessoas que me seguem, pois vocês dão sentido a toda esta dedicação, que se apoderou de mim e que hoje me faz bem. Adoro partilhar as minhas ideias, adoro debater, interrogar, comentar e "ser comentada". Recebo com muito carinho cada palavrinha vossa, fico feliz quando abro o e-mail e tenho comentários do blogue para ver, mas sinto-me em falta para com vocês. Primeiro porque nem sempre tenho respondido, aos comentários que recebo (o mínimo a que me tinha proposto sem falhar, mas falhei... :(), e segundo porque acho que fui mal educada pois nos últimos tempos nem agradeci e dei as boas vindas aos novos seguidores.
Estive ausente por uns tempos, sem tempo para me dedicar aqui ao meu cantinho, sem tempo para comentar os blogues que eu sigo (mas sempre fui arranjando um tempinho para ler o que vocês foram escrevendo :) ).
Como eu sempre fui seguidora da crença que a falta de tempo é a maior parte das vezes falta de organização e mesmo falta de dedicação, estou desapontada comigo mesma, e sinto-me no dever de pedir desculpa a todos aqueles que me seguem, que lêem e comentam, que lêem e ficam em silêncio, que concordam comigo e que discordam e que tanto me fazem reflectir (não é Cora :) ) Aqueles que me seguem e que eu nem disse "Olá, sejam muito bem vindo!"
DESCULPEM-ME!!
Eu sei que as desculpas não se pedem, evitam-se... mas todos falhamos, né? E como nós país sabemos disso...
Então depois de tantas desculpas, não vou fazer promessas para não correr o risco de as falhar mas vou fazer propostas a mim mesma. Proponho-me a demonstrar todo o meu carinho e simpatia que tenho por todos vocês; proponho-me a escrever mais e comentar mais; :)
Que acham??? Estou perdoada???

Boas leituras aqui no meu cantinho, sintam-se à vontade para comentar, concordar, discordar, dizer Olá, permanecer em silêncio, façam de conta que estão em vossas casas :)
E não se esqueçam que é a vossa presença aqui na minha casa que faz sentido, Numa casa só de móveis, por mais bonitos e confortáveis sentir-me-ia certamente triste e sozinha.
OBRIGADA A TODOS por transformarem a "minha casinha" num lar!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A fazer algo muito importante!!!

Não resisti... Reparem nesta concentração.
Ele disse que estava a fazer um mémé...  :) Devia ser um mémé muito importante!!! eheheh

Com 17 meses e já parece um homemzinho ;) como o tempo passa rápido...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Educar com humor: como fazer?

Como referi ontem, encontro-me numa fase de reflexão-analise de uma nova teoria da Educação (ihihih ainda vou virar lenda com tanta teoria). Deixem-me então clarificar o meu ponto de vista, para mim só faz sentido ser mãe se me dedicar a isso de corpo e alma, como já referi aqui, a partir do momento que decidi ter um filho sinto-me completamente responsável pelo seu desenvolvimento. Quero proporcionar-lhe todas as ferramentas para que se torne num bom-adulto e para isso sei que tenho que ter muita força, tenho que ser informada, dedicada, critica e muito paciente.
Quero ser a mãe perfeita aos meus olhos, quero olhar-me no espelho e confiar em mim e nas minhas decisões, mas sei que sou humana e que além de ter a fantástica capacidade de pensar e me adaptar também tenho “capacidade” para errar. Sou por natureza uma pessoa carinhosa com as crianças mas por vezes fico sem paciência (por estar cansada, por não compreender o porquê de uma birra ou uma zanga), o que me leva a combater comigo mesma para não tomar decisões irritada.

A maternidade tem-me desta forma ajudado muito, como o meu filho consigo ser paciente, consigo embora cansada e zangada respirar fundo e entender que é apenas uma criança a explorar o mundo. Posso dizer que sou feliz com isso e que ser mãe me faz mais serena, estou muito bem com a vida, ingrediente essencial para colocar a minha teoria em prática.
Sou feliz e sei que o Leo também o é e não é que veja o mundo com um filtro cor-de-rosa, mas sim porque penso, porque analiso e porque aqui educamos com humor, fazendo uso da serenidade, tranquilidade, criatividade, amor e muito carinho.

E sabem como isso funciona?
O passo mais importante para implementar a minha teoria é ser compreensivo(a). Se conseguirmos viajar para o mundo das crianças, vermos o mundo com os seus olhos e capacidade de análise do mesmo, procurando entender o seu ponto de vista (seja qual for a sua idade), já estaremos em vantagem. Nós como pais temos que aceitar que os nossos filhos têm outros pontos de vista e o seu coração segue sonhos que não têm que ser semelhantes aos nossos. O que para nós é insignificante pode para o nosso filho ser muito importante (por este motivo é vital não desvalorizar, por exemplo, medos, ansiedades, pontos de vista em discussões...). Se não formos compreensivos poderemos ferir os nossos filhos sem darmos conta disso.

A vida por si só já é demasiado seria. Claro que não devemos deixar que as nossas crianças vejam o mundo como um circo, não é a isso que me refiro, elas têm sem duvida de conhecer os seus limites. Defendo, no entanto, que quando nós pais procuramos encarar o dia-a-dia com os nosso filhos com uma porção saudável de humor todo fica mais fácil.
O Leo teve uma altura que detestava lavar os dentes, era muito complicado conseguir convencê-lo, até que um dia com toda a minha paciência e boa disposição cantei uma música infantil sobre lavar os dentes, fazendo gestos e risadas e sabem o que aconteceu? Desde esse dia que lavar os dentes é uma festa cá em casa, ele ri, dança e eu também :) Este é só um dos exemplos de como aqui em casa a minha teoria funciona.
Ele sempre gostou muito de comer, devora tudo com grande satisfação. Mas mesmo não havendo qualquer tipo de dificuldade optei por incrementar um pouco de bom humor na hora das refeições. Sempre que ele termina a refeição eu dou-lhe os parabéns com um grande sorriso, sempre fiz isso e hoje em dia as coisas até já evoluíram para palminhas para o campeão, ele diz “sopa, já tá” e bate palmas, e ri muito :)
E é deste humor sem hipocrisia ou desvalorização da criança como individuo que pretendo me alimentar todos os dias... Humor que eu chamo de saudável.... contar histórias fazendo entoações com a voz, cantar, rir, dançar, pular e falar muito.
Com humor qualquer um de nós vê o mundo numa perspectiva diferente, a vida fica mais leve, os problemas menos problemáticos. O humor liberta-nos e ajuda-nos a rir de nós mesmos. 
Pesquisadores do riso (sim é verdade, eles existem) provaram que as crianças riem todos os dias em média 400 vezes. E com o passar dos anos esta frequencia diminuiu drasticamente, o estudo diz que os adultos riem em média 15 vezes. Não é então de surpreender que muitos de nós passem a vida com o rosto sério e que levemos as situações da vida de forma muito séria e carrancuda.

Não quero com isto dizer que agora passemos a viver a vida com uns óculos cor-de-rosa. As crianças têm que compreender que existem regras e problemas. Os pais devem explicar que existem diferentes soluções para as dificuldades da vida. Que por vezes temos que ser rígidos e outras que podemos levar as coisas mais levemente sem nunca perder a serenidade e sem nunca esquecer o nosso papel de pais e orientadores.
Uma educação com limites e autoridade não exclui que tomemos o nosso papel com humor e alegria.
Espero deixar aqui o meu ponto de vista de forma clara, Educar com humor prevê confiança e uma atitude positiva perante a vida. Em cada sorriso, em cada brincadeira mesmo em momentos mais sérios, deixo que o meu filho note que eu o aceito como ele é, mesmo com as suas imperfeições. E acredito que isso o torne numa criança mais forte e confiante.

A partir de hoje eu não vou esperar que a vida me sorria, eu vou passar a sorrir para a vida!!! Sorriso gera sorriso.... Mãe feliz e bem humorada gera filho feliz e bem humorado :)
As crianças adoram piadas e bom humor. Sempre que possível: Riam juntos!!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Educar com Humor

Numa família é comum existirem situações de conflito, mais ou menos intensas, mais ou menos desesperantes, mas que fazem parte da vida em comunidade.
Conflitos com ou entre crianças são normais, sendo que muitas vezes atingem de forma muito intensa a paciência e nervos dos pais. Mesmo sendo a mãe ou pai mais sangue frio e harmonioso possível não é fácil por vezes não ficar zangado e irritado com as crianças. Por vezes parece que estas se uniram para nos derrotar levando-nos à loucura :)
Quem é que nunca ficou irritado, sem paciência perante os seus filhos???
Porque estes fazem algo que nós já avisamos 9999999 vezes que é errado... ou passam o tempo a brigar com o irmão....
Uma discussão é desgastante, tanto para quem participa nela como para quem assiste. Imagine por exemplo uma discussão entre irmãos: iniciam a discussão verbalmente não se entendem partem para a violência, gritos, lágrimas e naturalmente, como pais, ficamos chateados, enervados e muitas vezes nem tentamos entender os motivos, não entendemos como os pequenos de algo tão insignificante conseguiram fazer um problema tão grande. Aproximamo-nos deles e acabamos discutindo também e aí o resultado é ainda mais discussão, mais ruído, mais irritação...
Repetir constantemente o que é certo ou errado é desgastante... quantas vezes teremos que repetir para que os pequenos entendam? Venha paciência, não é verdade?
Eu penso que tenho algo que nos poderá ajudar como pais, mantendo-nos mais serenos, mais pacientes, de forma a convivermos com os nossos filhos em harmonia, de forma a que os conflitos (normais da convivência) sejam saudáveis – A chave está em Educar com humor - ajuda não só a nós, pais, mas também os nossos filhos!

E quais são os ingredientes para conseguirmos Educar com Humor???
Primeiro de tudo é necessário estar bem com a vida, também alguma serenidade, tranquilidade, ideias (muitas ideias), criatividade, amor e claro muito, muito humor.

Tudo bem misturado e voilá temos - Educação com Humor
Deixarei para o próximo post as premissas desta minha nova teoria (se assim lhe posso chamar) :)

TO BE CONTINUED...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O que fazer quando temos mesmo que ficar longe do nosso bebé

Pois é, por aqui as rotinas estão todas alteradissímas, o Leo a dormir muito mal a acordar de 2 em 2 horas, não tem sido fácil. Mas coitado foram as férias de Natal, o inicio de Janeiro a preparar a mudança, final de Janeiro mudança de casa e cidade... O Leo anda um bocado perdido... e como se não bastasse o papá teve que se ausentar 3 semanas e para não ficarmos sozinhos na nova casa/cidade lá viemos nós novamente para Portugal... e mais mudanças.... casa de uns avós agora casa de outros... dá para imaginar!!
Tem sido demasiado para o pequeno mas o mais dificil está a acontecer agora o Leo está a sentir muita falta do papá. Agora fica super assustado se eu me ausento do seu campo de visão, acho que tem medo de ficar sem mim também.
Para minimizarmos as saudades, porque bebé também sente muita saudade, o papá gravou-se a contar a história preferida - Os músicos de Bremen - e é lindo ver o Leo super contente a ouvi-lo com uma concentração enorme. Dá sorrisos, diz as palavras que o papá vai dizer a seguir e no final diz xau-xau... lindo, fico derretida a olhar para ele.

Aqui fica então a dica se tiveres que te ausentar por uns dias podes deixar uns vídeos para o teu filho ir vendo enquanto não voltas, pode ser uma história, explorando as imagens, ou mesmo uma musica.
Aqui em casa ajudou muito, e complementar o vídeo da historinha com a vídeo-chamada de hoje à tarde em que o Leo disse olá ao papá, ofereceu o seu lanche e mandou beijinho com a mão pela primeira vez quando disse xau-xau proporcionou-nos um desfecho de fim de semana 5 estrelas.

Então fica a dica
E desejos de uma óptima semana

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Criar bons hábitos de estudo

De um modo geral as crianças ficam entusiasmadas quando começam a ir à escola e tem uma atitude positiva fase a aprendizagem. Elas querem simplesmente saber ler, escrever e fazer contas como "os grandes". No entanto, não sabem que com a entrada na escola uma nova forma de organização e de aprendizagem aparece.
Conhecer bem o teu filho nesta fase, saber como ele se sente, dando-lhe coragem e tendo paciência com ele é essencial para um bom começo no mundo escolar, para que, desta forma, a aprendizagem continue como até ao momento - a fluir de forma natural - embora com mais regras e disciplina, que antes não lhe era exigida.
Acompanhar os estudos do teu filho também é muito importante, estudarem juntos é uma boa estratégia. além de passares mais tempo com o teu filho, conseguirás perceber onde ficam as dificuldades dele, fortalecendo-lhe o sentido de auto-análise e fazendo-o sentir que não está sozinho nesta nova etapa. Tornar os hábitos de estudo o mais naturais possíveis ajudará o teu filho no ingresso da vida adulta.
Poderás dizer-me que o teu filho acabou de entrar no 1º ano e que ainda terá tempo de levar a escola a sério, mas aí é que eu acho que está o erro de muitos pais. O primeiro ano da escola é, no meu ponto de vista, o mais importante da vida. É neste ano que se cria o primeiro impacto com a escola, que se ama ou se odeia, que começa a germinar a semente da aprendizagem e se esta nascer direitinho terá certamente tudo o que necessita para um bom crescimento.
A escola e o professor são também uma chave essencial, procura conhecer se a escola se adequa ao teu filho e se o professor é realmente competente. Envolve-te com a escola, mantem contacto com o professor, um pai ausente é um pai que não tem ferramentas para guiar o seu filho neste mundo de preparação para o futuro.
Ajudar os nossos filhos a criarem bons hábitos de estudo é meio caminho andado para sucesso, existem, no entanto, alguns pontos que deveremos ter em conta, de forma a não tornar a nossa ajuda em algo indesejável pelo pequeno.

- Logo a seguir à escola ou às refeições as crianças têm dificuldades em se concentrar, logo não serão bons momentos para lhe pedir que estude. Uma boa hora caso a criança estude no turno da manhã seria, por exemplo, das 16h-18h;
- Deve-se esclarecer à criança o tempo que irá demorar o seu estudo e ajudá-lo a orientar-se nesse intervalo tempo de forma a que seja capaz de se organizar e ver todas as matérias necessárias naquele dia. Tal procedimento ajudá-lo-á a mais tarde a conseguir organizar sozinho o seu dia, além de lhe permitir ter noção do fim da hora de estudo e não ficará ansioso e nervoso com medo de ficar sem tempo para brincar (criança precisa de brincar, né?);
- Para facilitar e evitar discussões com a criança poderá estabelecer um plano diário, no qual ela encontrará de forma organizada todos momentos do seu dia, momento de estudar, ler, brincar...
- Respeita o limite de desempenho individual da criança, será importante e vantajoso para a sua concentração fazer uma pequena pausa durante o estudo, o ideal a meu ver, ao fim de 30 minutos (durante a pausa poderá aproveitar para conversar com ela, beber um sumo de fruta ou ir até ao jardim de casa ou à varanda apanhar ar puro :), o que não deverás fazer é permitir que este ligue a televisão, esta desviará totalmente o seu objectivo de estudo;
- Outra coisa que se deve ter em conta é que o nosso cérebro se cansa mais rápido quando usamos sempre a mesma forma de pensar logo será mais vantajoso organizar as matérias a estudar (por exemplo, a seguir a um ditado não será produtivo ler um texto, em vez disso talvez seja melhor estudar matemática);
- Quando a criança for mais velha deveremos deixá-la mais tempo sozinha deixando-a organizar sozinha o seu tempo de estudo e deixando-a ser responsável por isso. Mas este processo deve ser gradual, vai alterando entre momentos em que a apoias e momentos em que a deixas sozinha até que esta consiga organizar-se. Não deixes, no entanto, de no final verificar o trabalhos que ela fez e as matérias que estudou para poderes ajudar quando esta tiver duvidas, ajudar a diagnosticar as duvidas e dar os parabéns quando este conseguiu organizar no seu estudo;

Acredito que se seguirmos estes pontos os nossos filhos criarão uns bons hábitos de estudo, facilitando-lhe certamente o seu futuro como estudantes e mais tarde como adultos organizados e capazes.

Tens mais alguma dica a acrescentar? :)


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Regras para os pais na perspectiva de um filho

Se eu quando criança tivesse o nível de compreensão do mundo que tenho hoje, certamente teria ajudado os meus pais na minha própria educação. Teria ditado regras para me tornar numa pessoa melhor. Não que meus pais tenham sido maus pais, não que tenham falhado, mas certamente teria sido mais fácil (para mim e para eles) se eles tivessem olhado o mundo com os meus olhos de criança, quando tomavam decisões na minha educação, como qualquer pai. Penso isso muitas vezes na educação do Leo, é dificil educar, é dificil saber se estamos a tomar as decisões certas mas para mim é ainda mais dificil quando as tomo sem olhar o mundo na sua perspectiva.
Ajuda tanto tomar decisões quando tentamos olhar com os seus olhos... pensei nisso.
Viajei até a minha infância e levei comigo a minha compreensão do mundo escrevi as minhas regras (talvez mesmo assim fiquei algumas por ditar) com o objectivo de, chegada da viajem, as possa ler sempre que a razão me falhar como mãe, sempre que entre em conflito com o meu filho, sempre que estiver perdida vou me apoiar nas regras da minha infância.

E eu ditei ouvindo minha infância:
  • Não tenha medo de ser firme comigo. Eu preciso saber até onde posso ir, quais os meus limites - assim torna-me-ei um adulto confiante e honesto;
  • Não faças sempre a minha vontade, um dia mais tarde eu não vou ter tudo o que quero, o que eu quero nesses momentos é colocar-te à prova. O teu forte e justo "não" fará de mim alguém melhor, reforçará meu ser interior;
  • Não fiques magoada quando eu te dizer: "Eu te odeio". Eu nunca te odiarei, eu só não vou gostar que abuses do teu poder para frustrar os meus planos. Nesses momentos peço-te espaço e calma e quando a poeira baixar não deixes de me explicar as tuas razões - quero ser um adulto razoável e capaz de ouvir um "agora não";
  • Dá-me espaço para eu experimentar, errar e aprender com os meus próprios actos. Preciso ter consciência das minhas acções. Peço-te que me protejas e intervenhas só quando eu mostrar que poderei me perder. Quero sentir a minha auto-estima a fervilhar quando a experiência dá certo. Quero ser alguém capaz de ir à luta e construir o meu caminho e tu serás o meu guia, nunca a minha barreira;
  • Se estiveres sempre a reclamar, se só me chamares a atenção para o que faço de errado, eu colocar-me-ei automaticamente em estado de surdez para a tua voz. Mostra-me que estás contente e orgulhosa quando eu me esforço... preciso do teu elogio para me sentir bem comigo, para manter a minha auto-estima;
  • Nunca quebres as tuas promessas. Sejam elas recompensas ou castigos, sejam elas atitudes do dia-a-dia ou uma surpresa esporádica. Eu ficarei muito desiludido;
  • Elogia-me mesmo no caso que eu falhei, pelo simples facto que tentei;
  • Deixa-me escolher os meus próprios amigos, mas explica-me primeiro com o teu exemplo o que é ser amigo para eu saber o que procurar;
  • Se tiveres que me repreender frente aos meus amigos peço-te seriamente que o faças com todo o respeito. Não me exponhas, mesmo que tenhas razões fortes para a repreensão. Peço-te que sejas paciente comigo eu estou em fase de aprendizagem. Quero ser alertado quando estou errado mas não quero sentir-me humilhado. A humilhação é parceira da revolta - e eu não quero me sentir revoltado contigo;
  • Apresenta-me actividades adequadas para a minha idade. E brinca comigo, ensina-me a divertir-me.
  • Se eu tiver duvidas por favor nunca deixes de arranjar tempo para me explicar, eu não quero me sentir perdido na procura de respostas. Quero saber contar contigo;
  • Não fiques frustrado se não conseguires responder a todas as minhas perguntas, sabes mais que eu mas não tens que saber tudo. Podemos procurar a resposta juntos;
  • Não acho que a tua dignidade ficaria danificada se por vezes me pedires desculpa, os humanos erram, certo? Tu também tens esse direito. Quando for necessário pede-me desculpa, aumentarás a minha confiança em ti;
  • Se eu chorar, me chatear sem motivo aparente, ajuda-me pois o mundo para mim por vezes assusta, é tudo novo, grande e incompreensível. Eu não choro e birro só para te chatear disso te deixo certa;
  • Leva a sério todos os meus medos, mesmo que sejam incompreensível para ti, eles são muito reais como todos os meus sentimentos; 
  • Procura-me amar quando eu menos merecer pois é quando eu mais preciso;
  • Eu amo-te, mostra-me com actos, exemplos e muito carinho que também me amas... prometo que se o fizeres eu te retribuirei cada momento que me dedicaste;
Se seguires as minhas "regras" será certamente mais fácil para mim seguir as tuas.
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